Desmayarse, atreverse, estar furioso,
áspero, tierno, liberal, esquivo,
alentado, mortal, difunto, vivo,
leal, traidor, cobarde y animoso;
no hallar fuera del bien centro y reposo,
mostrarse alegre, triste, humilde, altivo,
enojado, valiente, fugitivo,
satisfecho ofendido receloso;
huir el rostro al claro desengaño,
beber veneno por licor suave,
olvidar el provecho, amar el daño;
creer que el cielo en un infierno cabe,
dar la vida y el alma a un desengaño,
esto es amor: quien lo probó lo sabe.
* *
Lope de Vega
domingo, 24 de maio de 2009
DESMAYARSE, ATREVERSE
quinta-feira, 21 de maio de 2009
STOP ALL THE CLOCKS
Stop all the clocks, cut off the telephone,
Prevent the dog from barking with a juicy bone,
Silence the pianos and with muffled drum
Bring out the coffin, let the mourners come.
Let aeroplanes circle moaning overhead
Scribbling on the sky the message He Is Dead,
Put crepe bows round the white necks of the public doves,
Let the traffic policemen wear black cotton gloves.
He was my North, my South, my East and West,
My working week and my Sunday rest,
My noon, my midnight, my talk, my song;
I thought that love would last for ever: I was wrong.
The stars are not wanted now: put out every one;
Pack up the moon and dismantle the sun;
Pour away the ocean and sweep up the wood.
For nothing now can ever come to any good.
* *
W.H. Auden
sexta-feira, 15 de maio de 2009
MÚSICAS QUE DEVIA TER VERGONHA DE UM DIA TER GOSTADO
Todos nós cometemos erros que mais cedo ou mais tarde, durante o decorrer da vida nos arrependemos. Tanto podem ser penteados desastrosos, como camisolas aos losangos ou aquele triste dia em que festejamos um golo do Benfica. São coisas que acontecem e não temos que nos envergonhar disso.
Ai Ai Ai Ai Ai Ai
Em 1984 as ondas do éter foram inundadas por um "ai ai ai ai" (Que deixou marcas em Portugal) que pôs meio mundo a ganir lamechamente o refrão do sucesso planetário de Jim Diamond "I Should Have Known Better".
Eu não era excepção, além de gostar dos 3 Duques e de assistir com frequência aos programas de Luís Pereira de Sousa, também cantarolava aquele ai ai ai ai ai ai ae pleno pulmões, sentia a dor do rapaz, pois estava convicto que quem tanto gania assim, só podia estar muito magoado, e como tal merecia toda a minha solidariedade...
Agora é que nada nos pára!
Se andasse metido nas drogas, ou a abusar fortemente de Caprissone de Maçã de prazo ultrapassado e provavelmente fermentado, ainda teria uma desculpa para gostar disto... mas lamentavelmente não tenho nenhuma desculpa.
O Amor muda tudo. Não duvides disso!
Um vídeo a preto e branco dava um toque de classe bastante incomum nos coloridos anos 80. Uma morena com umas curvas bem interessantes também devia ajudar. Um cantor com um penteado catita, e que cantava encostado a uma parede com um ar cool, enquanto torcia uma espécie de toalha e dançava com a sua camisola caviada e ainda mostrava os músculos. Um cenário que fazia lembrar uma cidade abandonada do Wild Wild West. Um coro feminino que surgia amiúde a cantar e a dançar. O próprio nome Climie Fisher, parecem ser tudo boas razões para se gostar da música em idos de 88.
Mas eu gostava mesmo era da música...
A evolução nacional
Há quem não goste de dar o braço a torcer e não reconheça que Portugal evoluiu e não foi pouco nos últimos 25 anos.
Percam 3:49 da vossa vida (mas vão perder mesmo, ficam já avisados) e confirmem com os vossos próprios olhos, que entre a Nelly Furtado que Portugal produzia nos 80's e a Promiscuous Girl dos nossos dias, vai todo um mundo de diferença...
Morreu nos braços dela. Ninguém lhe manda pensar com as mãos em vez da cabeça.
"Oh I, I just died in your arms tonight, it must have been something you said" Esta letra sempre se me apresentou como um enigma. O que terá ela dito? Terá sido grave, porque o rapaz não pára de cantar "I should have walked away".
Toda a letra, é um mar de pistas que fariam as delicias do inspector Varatojo ou mesmo do próprio Hercule Poirot.
Certo e sabido, é que o próprio afirma peremptoriamente que: " I follow my hands, not my head, I knew I was wrong."
E quando é o próprio que o diz, não são precisas mais explicações.
Quanto à música? Olha... é mais uma para lista.
Eu preciso te falar (como é que vou explicar isto?)
Last but not least, apresento a música mais azeiteira que alguma vez gostei. Não há nenhuma explicação racional ou lógica para gostar disto. Pior do que isso, não há se quer irracionalidade que o justificasse...
To be continued...
Ai Ai Ai Ai Ai Ai
Em 1984 as ondas do éter foram inundadas por um "ai ai ai ai" (Que deixou marcas em Portugal) que pôs meio mundo a ganir lamechamente o refrão do sucesso planetário de Jim Diamond "I Should Have Known Better".
Eu não era excepção, além de gostar dos 3 Duques e de assistir com frequência aos programas de Luís Pereira de Sousa, também cantarolava aquele ai ai ai ai ai ai ae pleno pulmões, sentia a dor do rapaz, pois estava convicto que quem tanto gania assim, só podia estar muito magoado, e como tal merecia toda a minha solidariedade...
Agora é que nada nos pára!
Se andasse metido nas drogas, ou a abusar fortemente de Caprissone de Maçã de prazo ultrapassado e provavelmente fermentado, ainda teria uma desculpa para gostar disto... mas lamentavelmente não tenho nenhuma desculpa.
O Amor muda tudo. Não duvides disso!
Um vídeo a preto e branco dava um toque de classe bastante incomum nos coloridos anos 80. Uma morena com umas curvas bem interessantes também devia ajudar. Um cantor com um penteado catita, e que cantava encostado a uma parede com um ar cool, enquanto torcia uma espécie de toalha e dançava com a sua camisola caviada e ainda mostrava os músculos. Um cenário que fazia lembrar uma cidade abandonada do Wild Wild West. Um coro feminino que surgia amiúde a cantar e a dançar. O próprio nome Climie Fisher, parecem ser tudo boas razões para se gostar da música em idos de 88.
Mas eu gostava mesmo era da música...
A evolução nacional
Há quem não goste de dar o braço a torcer e não reconheça que Portugal evoluiu e não foi pouco nos últimos 25 anos.
Percam 3:49 da vossa vida (mas vão perder mesmo, ficam já avisados) e confirmem com os vossos próprios olhos, que entre a Nelly Furtado que Portugal produzia nos 80's e a Promiscuous Girl dos nossos dias, vai todo um mundo de diferença...
Morreu nos braços dela. Ninguém lhe manda pensar com as mãos em vez da cabeça.
"Oh I, I just died in your arms tonight, it must have been something you said" Esta letra sempre se me apresentou como um enigma. O que terá ela dito? Terá sido grave, porque o rapaz não pára de cantar "I should have walked away".
Toda a letra, é um mar de pistas que fariam as delicias do inspector Varatojo ou mesmo do próprio Hercule Poirot.
Certo e sabido, é que o próprio afirma peremptoriamente que: " I follow my hands, not my head, I knew I was wrong."
E quando é o próprio que o diz, não são precisas mais explicações.
Quanto à música? Olha... é mais uma para lista.
Eu preciso te falar (como é que vou explicar isto?)
Last but not least, apresento a música mais azeiteira que alguma vez gostei. Não há nenhuma explicação racional ou lógica para gostar disto. Pior do que isso, não há se quer irracionalidade que o justificasse...
To be continued...
quinta-feira, 14 de maio de 2009
DE PROFUNDIS
Durante estes dias de ausência voltei a ler o De Profundis de Oscar Wilde. Tal e qual como quando o li pela primeira vez algures entre 1999 e 2000 continua a tocar-me com a sua tristeza e melancolia.
Dez anos depois continuo a acha-lo profundamente triste na forma como Wilde demonstra a descrença que naquele momento sentia pelo mundo e a sociedade que o rodeava.
É contudo uma tristeza serena, sem sombra de contestação. Há como que uma aceitação de um desingnio que emana das palavras do autor.
mas apesar de toda esta melaconlia e tristeza, o De Profundis não deixa de ser um manifesto onde Wilde em momento algum hesita em demonstrar o amor que tem pela vida e por aqueles que tanto ama ou amou, inclusive fazendo questão de lembrar que a felicidade existe, que ele já a viveu, e que pode ainda voltar a vive-la.
No De Profundis não há a maravilhosa literatura de Wilde dos contos e das peças, não há mais do que alguns lampejos do brilhante escritor que aqui se despe de toda a sua pomposidade para assumir uma sinceridade comovente, que transforma esta carta de amor no escrito mais intimo que se conhece do autor irlandês.
É nesta carta cheia de saudade, de arrependimento, de culpa, onde o autor não tenta esconder a sua fraqueza e o seu sofrimento, que Wilde deixa o seu charme literário de lado - mas não a sua intelectualidade e cultura literária- e limpa o seu discurso de qualquer máscara.
É uma carta de amor, e se bem que Pessoa nos tenha alertado sobre o tema, aqui Wilde não quer encantar, não quer ser alvo de pena, por certo não esperava que tantos algum dia lessem, e acima de tudo, em momento algum, escreve de forma ridícula.
É uma carta de amor, repito. Um desabafo sincero (maravilhoso!), onde um homem genial confessa de que mais do que estar cansado do mundo, está irremediavelmente cansado de esperar que o mundo possa ser o que ele gostaria que fosse.
"Suffering is one very long moment. We cannot divide it by seasons. We can only record its moods, and chronicle their return. With us time itself does not progress. It revolves. It seems to circle round one centre of pain. The paralysing immobility of a life every circumstance of which is regulated after an unchangeable pattern, so that we eat and drink and lie down and pray, or kneel at least for prayer, according to the inflexible laws of an iron formula: this immobile quality, that makes each dreadful day in the very minutest detail like its brother, seems to communicate itself to those external forces the very essence of whose existence is ceaseless change. Of seed-time or harvest, of the reapers bending over the corn, or the grape gatherers threading through the vines, of the grass in the orchard made white with broken blossoms or strewn with fallen fruit: of these we know nothing and can know nothing."
Oscar Wilde in "De Profundis"
A RUSH AND A PUSH AND THE LAND IS OURS
The Smiths - A Rush and a Push and the land is ours (1987)
Underrated é o adjectivo perfeito na língua inglesa para definir esta perola dos The Smith.
sexta-feira, 8 de maio de 2009
OS NOSSOS DIAS
Estes são os dias do Barcelona, da magia em Madrid, da pior arbitragem da história da Liga dos Campeões dias depois. Estes são os dias em que o mundo se apaixona por uma equipa ao ponto de lhe perdoar vitórias só possíveis pela benevolência do apito.
Imagino o que diria o mundo se o Barcelona fosse eliminado e tivessem ficado por assinalar 4 grandes penalidades a seu favor...
Foi justiça divina? Foi justiça cósmica? Foi Futebol?
Visca el Barça, e o Senhor Abramovich que meta as mesmas rolhas que serviram aos de Madrid.
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Os nossos dias
terça-feira, 5 de maio de 2009
WE ARE THE PEOPLE
Empire Of The Sun - We are the people (2009)
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Empire of The Sun,
Música,
Video
segunda-feira, 4 de maio de 2009
SÊ PACIENTE
Sê paciente; espera
que a palavra amadureça
e se desprenda como um fruto
ao passar o vento que a mereça.
* *
Eugénio de Andrade
que a palavra amadureça
e se desprenda como um fruto
ao passar o vento que a mereça.
* *
Eugénio de Andrade
domingo, 3 de maio de 2009
MÃES
No sorriso louco das mães batem as leves
gotas de chuva. Nas amadas
caras loucas batem e batem
os dedos amarelos das candeias.
Que balouçam. Que são puras.
Gotas e candeias puras. E as mães
aproximam-se soprando os dedos frios.
Seu corpo move-se
pelo meio dos ossos filiais, pelos tendões
e órgãos mergulhados,
e as calmas mães intrínsecas sentam-se
nas cabeças filiais.
Sentam-se, e estão ali num silêncio demorado e apressado,
vendo tudo,
e queimando as imagens, alimentando as imagens,
enquanto o amor é cada vez mais forte.
E bate-lhes nas caras, o amor leve.
O amor feroz.
E as mães são cada vez mais belas.
Pensam os filhos que elas levitam.
Flores violentas batem nas suas pálpebras.
Elas respiram ao alto e em baixo. São
silenciosas.
E a sua cara está no meio das gotas particulares
da chuva,
em volta das candeias. No contínuo
escorrer dos filhos.
As mães são as mais altas coisas
que os filhos criam, porque se colocam
na combustão dos filhos, porque
os filhos estão como invasores dentes-de-leão
no terreno das mães.
E as mães são poços de petróleo nas palavras dos filhos,
e atiram-se, através deles como jactos
para fora da terra.
E os filhos mergulham em escafandros no interior
de muitas águas,
e trazem as mães como polvos embrulhados nas mãos
e na agudeza de toda a sua vida.
E o filho senta-se com a sua mãe à cabeceira da mesa,
e através dele a mãe mexe aqui e ali,
nas chávenas e nos garfos.
E através da mãe o filho pensa
que nenhuma morte é possível e as águas
estão ligadas entre si
por meio da mão dele que toca a cara louca
da mãe que toca a mão pressentida do filho.
E por dentro do amor, até somente ser possível
amar tudo,
e se possível tudo ser reencontrado por dentro do amor.
* *
Herberto Helder
sexta-feira, 1 de maio de 2009
PROFOUNDLY INLOVE WITH PANDORA...
Como é que com esta tresloucada mania de reviver e recuperar tudo o que havia nos anos 80, se esquecem deste senhor?
Haja decoro! Vão buscar cada resto de digestão mal processada como se fosse o Santo Graal e depois nem se lembram da existência deste diário secreto?
Oh My, Oh My...
The secret diary of Adrian Mole
Haja decoro! Vão buscar cada resto de digestão mal processada como se fosse o Santo Graal e depois nem se lembram da existência deste diário secreto?
Oh My, Oh My...
The secret diary of Adrian Mole
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