quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

ÓSCARES PARA OS MENINOS

Agora que se aproxima o dia em que o mundo vai olhar com atenção para a passadeira vermelha que dá acesso ao Kodak Theater, "As viagens" resolveram inventar uns Óscares.
Durante os próximos dias vou nomear os meus candidatos a vencer a estatueta dourada.
Sem perder mais tempo e indo directo ao que nos trouxe aqui, comecemos então pela primeira categoria.

E os nomeados para o Óscar de melhor actor da actualidade são:






OS NOSSOS DIAS

GO AND CATCH A FALLING STAR

Go and catch a falling star,
Get with child a mandrake root,
Tell me where all past years are,
Or who cleft the devil's foot,
Teach me to hear mermaids singing,
Or to keep off envy's stinging,
And find
What wind
Serves to advance an honest mind.

If thou be'st born to strange sights,
Things invisible to see,
Ride ten thousand days and nights,
Till age snow white hairs on thee,
Thou, when thou return'st, wilt tell me,
All strange wonders that befell thee,
And swear,
No where
Lives a woman true, and fair.

If thou find'st one, let me know,
Such a pilgrimage were sweet;
Yet do not, I would not go,
Though at next door we might meet;
Though she were true, when you met her,
And last, till you write your letter,
Yet she
Will be
False, ere I come, to two, or three.

John Donne

* *

SECTIONATE CITY



Andrew Bird - Sectionate City

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

NOVO MUNDO



Novo Mundo, 2001 (Portugal)

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

SUPER-HOMENS


O norueguês Roald Amundsen foi o primeiro homem a chegar ao Pólo Sul no dia 14.12.1911, batendo por 35 dias o inglês Robert F. Scott, numa das corridas épicas da história da humanidade.

OS NOSSOS DIAS

LAPIDAR

Eu sinto a nostalgia da imoralidade.

Machado de Assis

OS NOSSOS DIAS


INSÓNIAS

As insónias são tramadas...
Hoje fizeram lembrar-me doutros tempos... eis a banda sonora da doce melancolia.




Radiohead - Fake Plastic Trees (1995)

Her Green plastic watering can
For her fake chinese rubber plant
In fake plastic earth.
That she bought from a rubber man
In a town full of rubber plans.
Just to get rid of itself.
And It Wears Her Out, it wears her out
It wears her out, it wears her out.

She lives with a broken man
A cracked polystyrene man
Who just crumbles and burns.
He used to do surgery
For girls in the eighties
But gravity always wins.
And It Wears Him Out, it wears him out
It wears him out, it wears him out.

She looks like the real thing
She tastes like the real thing
My Fake Plastic Love.
But I can't help the feeling
I could blow through the ceiling
If I just turn and run
And It Wears Me Out, it wears me out
It wears me out, it wears me out.

And if I could BE who you wanted
If I could BE who you wanted,
All the time, all the time, ohhh... ohh...

FACTOS

"Let’s do facts. Here are the facts. Your friend here fucks you, right? Your friend’s friend knows he fucks you, so he comes to your friend. And he tells your friend a story, which your friend repeats to you because he’s fucking you. You are rightly incensed by this story, so you bring your friend who is fucking you to me, so that he can tell it all over again, which is what your friend’s friend reckoned would happen all along. We call that disinformation."

John Le Carré in The Mission Song

FAKE EMPIRE



The National - Fake Empire (2oo7)

O SABOR DO RIO

Rio Sabor, Agosto 2005

O QUE HÁ EM MIM É SOBRETUDO CANSAÇO

O que há em mim é sobretudo cansaço
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.

A subtileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto alguém.
Essas coisas todas -
Essas e o que faz falta nelas eternamente -;
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,
Cansaço.

Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada -
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque eu quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...

E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço.
Íssimo, íssimo. íssimo,
Cansaço...

Álvaro de Campos

DA MINHA PREGUIÇA

Esta gazeta há-de terminar em breve. Promessa do autor.

Para já ficam umas músicas, uns poemas e umas fotos, que não quero que vos falte nada.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

SCOLARI E SALAZAR

Tenho para comigo que estes dois iam gostar de se conhecer. O sargentão deve simpatizar com ditadores de Santa Comba Dão, e o Professor António devia gostar de sargentos que gostam de ver uma bandeira com as quinas em cada janela deste jardim à beira-mar plantado.

E pergunta um dos quatro leitores diários (segundo a minha versão do INE) do meu blog:

"Mas porque vem este agora falar de Scolari e Salazar, se isso já aconteceu ontem?"

Se é para estarem aí com essa má vontade, vou mas é passear, que hoje está sol e não escrevo mais nada.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

É SEGUNDA-FEIRA NÃO TENHO MUITO PARA DIZER

Continuo a sentir-me un petit peu endrominado por ter comprado a "Faca não corta o fogo" a pensar que tinha um dos 3000 históricos exemplares e que se calhar até ia conhecer umas gajas (das que são giras e intelectuais ao mesmo tempo) à custa disso.

Mas apesar desses pensamentos (continua a sonhar rapaz!) e do sentimento de endrominação sofrida, a verdade é que não resisti e comprei hoje o "Ofício Cantante".
Endrominações à parte, achei que os 33 anos merecem que eu dê uma prenda como deve ser a minha ilustre pessoa.

PANIC



The Smiths - Panic

sábado, 7 de fevereiro de 2009

PINÓQUIO


Santorini, Grécia, Agosto de 2008

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

HÁ PALAVRAS QUE NOS BEIJAM

Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca.
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.

Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto;
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.

De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas inesperadas
Como a poesia ou o amor.

(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído
No papel abandonado)

Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes
Abraçados contra a morte.

Alexandre O'Neill

* *

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

MALI




Em 2002 Damon Albarn foi para Bamako e juntou-se a Toumani Diabate, Afel Bocoum entre outros para gravar este maravilhoso "Mali".

MALHAÇÃO

E no centro? Não há quem malhe no centro?

É TUDO UMA QUESTÃO DE BARBA

Hoje é que me apercebi que Darwin é para os criacionistas, o que Deus é para mim: um individuo com uma bela barba.

RABISCOS FAMOSOS


"Os pecadores atravessam o fogo"
ilustração de Gustave Doré para a Divina Comédia (1865)

I COULD BE RRRONGG

Esta música sempre me fez pensar que o David Byrne tinha resolvido cantar com sotaque britânico. É uma das minhas pancas, mas não tão má como confundir o David Byrne com o Bryan Ferry, como ainda agora voltou a acontecer...



Dê por onde der o Johnny Rotten será sempre um Sex Pistol; os Talking Heads uma grande banda e esta música uma boa memória.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

O HOMEM A OLHAR O RATO OU O RATO A OLHAR O HOMEM


Este é o meu detalhe preferido do Jardim das Delicias de Hieronymus Bosch. E o vosso? Qual é?

YAY!!!! OU FINALMENTE ANDO A LER


Chegou a fumegar de Inglaterra... bendita amazon.com

A RAINHA DA BARBEARIA

Pensei que já tinha visto muito, mas confesso que nunca tinha visto uma mulher a cortar o cabelo no barbeiro. Foi uma experiência sui generis. Uma mulher, uma só mulher calou a prosápia masculina e reinou como só uma Senhora sabe reinar.
Nem um ai, nem um ui. O Benfica foi Rei e Senhor da barbearia, para mal dos meus verdes pecados e de uma plateia que chegou a ser envergonhadamente azul-e-branca.
Só quem nunca cortou o cabelo numa barbearia da baixa do Porto é que não pode entender o quão histórico é um "Viva ao Benfica!" não sofrer contestação.
E o mais giro naquela história toda, é que ela percebia. Do malfadado losango do Paulo Bento à insistência de Jesualdo apostar em Mariano González, passando pelo Quique que ela defendia com unhas e dentes, a mulher sabia do que estava a falar.
Falava de tal forma que deu uma explicação cabal de overlapping a uma assistência para quem o conceito de fora de jogo em linha já é algo de muito elaborado.

Espero que da próxima vez que for lá cortar o cabelo, ou fazer a barba, ela esteja presente para eu poder tirar umas notas para utilizar no Football Manager, e quiçá para ouvir uma explicação do que é um movimento de basculação, capaz de fazer corar muito comentador televisivo que eu infelizmente conheço.

SUNSET


South Beach, Novembro 2006

UM RIO DE LUZES

Um rio de escondidas luzes
atravessa a invenção da voz:
avança lentamente
mas de repente
irrompe fulminante
saindo-nos da boca

No espantoso momento
do agora da fala
é uma torrente enorme
um mar que se abre
na nossa garganta

Nesse rio
as palavras sobrevoam
as abruptas margens do sentido.

Ana Hatherly

* *

DO EASY



"The Discipline of DE" (1982) de Gus Van Sant foi uma curta que o autor de "Elephant" realizou a partir do ensaio "Do Easy" de William Burroughs.

Leia mais aqui

LAPIDAR

"A palavra é a metade de quem a pronuncia, metade de quem escuta".

Michel de Montaigne

APONTAR À TORRE

Paris, Maio de 2005

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

NE LE MAN VOSTRE; GENTIL DONNA MIA



Ne le man vostre, gentil donna mia,
raccomando lo spirito che more:
e' se ne va sì dolente, ch'Amore
lo mira con pietà, che 'l manda via.
Voi lo legaste alla sua signoria,
sì che non ebbe poi alcun valore
di poter lui chiamar se non; "Signore,
qualunque vuoi di me, quel vo' che sia".
Io so che a voi ogni torto dispiace;
però la morte, che non ho servita,
molto più m'entra ne lo core amara
.Gentil mia donna, mentre ho de la vita,
per tal ch'io mora consolato in pace,
vi piaccia agli occhi mei non esser cara.

Dante Alighieri

* *

E COMO VIVIAM AS MULHERES NA GRÉCIA ANTIGA?


"Para o prazer temos as cortesãs; para a saúde do corpo, as concubinas; e temos as mulheres para nos darem filhos legítimos e serem guardas fiéis das nossas casas."

Demóstenes


Nos tempos de Homero, fazendo jus à Ilíada, a mulher ou se comprava ou se raptava. Casar por amor? Sim, claro, mas infelizmente ainda não tinha sido inventada a belíssima localidade de Hollywood, portanto casemos por interesse, e com valioso dote, pois o amor naqueles tempos não era ainda chamado para as núpcias.

Custa a crer, é verdade, mas fazendo fé na saga homérica a Grécia inteira deixou-se arrastar numa guerra interminável, só porque Paris roubou Helena ao seu legítimo esposo, o Rei Menelau de Esparta.
Por uma mulher o mundo inteiro entrou em guerra, Reinos inteiros foram votados ao abandono pelos seus reis e homens, os Deuses conspiraram e heróis lutaram e outros pereceram apenas por causa de uma mulher.

Em sua defesa devemos dizer que Helena era considera a mulher mais bela do mundo e que por ela uniu-se a Grécia inteira, coisa que não aconteceria nem aquando da ameaça persa durante as Guerras Médias, muitos anos depois da história de Tróia.

Seja como for, Helena é sinónimo de beleza e de perdição. A ela está associada a lenda do Pomo da discórdia e ainda uma guerra lendária que nos deu a Ilíada, a Odisseia, e ainda por paredes travessas a Eneida.

Mas olhando a mulher grega, saltemos para a época de Péricles e da Democracia Ateniense, onde perdido o interesse pelo dote e pelas guerras causadas por uma mulher, tornou-se o matrimónio uma solução aprazível e obrigatória por lei.

Dentro deste matrimónio, nunca é demais lembrar que os direitos não eram propriamente iguais, convém não esquecer, que ainda vinha longe a subtileza legislativa romana que viria a permitir conceitos elaborados como o da fragilidade feminina (fragilitas).

O direito grego não fez história, mas não se pense que não existiam leis, que as havia.
Eram essas mesmas leis que consagravam o direito ao homem de ter uma concubina mas puniam com a morte a mulher adúltera.
Eram também as mesmas leis que diziam que a mulher podia requerer o divórcio, mas apenas o homem o podia conceder. Já por seu lado, a lei era clara quando explicitava que ao homem bastava apenas a vontade, estando isento do consentimento da mulher para obter um rápido divórcio.

Ao contrário de Atenas em Esparta nem sequer existia o problema do adultério, pois os homens podiam permutar de comum acordo as mulheres entre si. Enquanto os homens mais velhos para terem filhos saudáveis e úteis, concediam as suas esposas a estrangeiros e jovens, mesmo que estes não gozassem dos direitos de cidadania.

Era ideia corrente no tempo, que enamorar-se por uma mulher significava loucura, enquanto o amor entre homens era sinal de sabedoria, o que revela bem o triste papel a que se via confinada a mulher nesses distantes tempos.

VERTIGO

Berlim, Agosto 2007

O VERDADEIRO SUPER-HOMEM


Ludwig Van Beethoven - Piano Concerto No. 5 in E-flat major, op.73

BIG TRAIN

Alguns dos meus sketches preferidos.


A Masturbação no trabalho

Campeonato Mundial do jogo do sério

Antiguidades

A classe operária

Um amor francês

Esta ilha deve ter um fermento de genialidade humorística. Só Pode...

LAPIDAR

"Só se ama o que não se possui completamente."

Marcel Proust

UM POUCO DA DINAMARCA



Gedser, Julho de 2007

MANSARD ROOF



Vampire Weekend - Mansard Roof

UMA LIÇÃO DE DESENHO

MACACOS ME MORDAM

Li no Expresso que depois dos telemóveis, são agora os dentes os protagonistas do ensino em Portugal.

UM QUE ME ENTENDE!

«Mike McCready, guitarrista dos Pearl Jam, apelou recentemente aos decisores políticos americanos para melhorarem as condições de vida em sociedade dos cidadãos diagnosticados com a doença de Crohn.

O músico sofre do complicado distúrbio gastrointestinal e diz que fazem falta mais casas de banho disponíveis nos locais públicos e empresas.

"Imaginem a pior diarreia que alguma vez tiveram, vezes 10 e com 'facadas' à mistura. Têm menos de um segundo para encontrar a casa de banho mais próxima", reivindicou junto da comissão legislativa de Washington.

Segundo o diário The Seattle Times, a proposta apresentada por McCready pede que todas as lojas e empresas tenham casas de banho disponíveis para qualquer pessoa que apresente um documento que ateste a doença.

McCready utilizou a sua experiência de doente para ilustrar a urgência de novas medidas nesta matéria.»

In BLITZ, Ler mais aqui

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

DO CANCIONEIRO GERAL



CÃTYGUA SUA PARTINDOSSE

Senhora partem tã tristes
meus olhos por vos meu ben
que nunca tam tristes vistes
outros nenhuns por ninguem.

Tam tristes tam saudosos
tam doentes da partyda
tam canssados tã chorosos
da morte mays desejosos
çem myl vezes que da vida.
partem tam tristes os tristes
tam fora de desperar bem
que nunca tam trystes vistes
outros nenhuns por ninguem.

*

CANTIGA, PARTINDO-SE

Senhora, partem tão tristes
Meus olhos, por vós, meu bem,
Que nunca tão tristes vistes
Outros nenhuns por ninguém.

Tão tristes, tão saudosos,
Tão doentes da partida,
Tão cansados, tão chorosos,
Da morte mais desejosos
Cem mil vezes que da vida.

Partem tão tristes os tristes,
Tão fora de esperar bem,
Que nunca tão tristes vistes
Outros nenhuns por ninguém.

Joam Rroiz de Castellbranco
(João Roiz de Castelo Branco)

* *


MÃO


Pierre Puvis de Chavannes, 1862.

ZZZZZZZ


Fonte de Trevi, Roma, 2004

domingo, 1 de fevereiro de 2009

TARDE E MÁS HORAS

Chegar a casa e apenas ouvir....



Jesus and the Mary Chain - Just Like Honey