quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

A RAINHA DA BARBEARIA

Pensei que já tinha visto muito, mas confesso que nunca tinha visto uma mulher a cortar o cabelo no barbeiro. Foi uma experiência sui generis. Uma mulher, uma só mulher calou a prosápia masculina e reinou como só uma Senhora sabe reinar.
Nem um ai, nem um ui. O Benfica foi Rei e Senhor da barbearia, para mal dos meus verdes pecados e de uma plateia que chegou a ser envergonhadamente azul-e-branca.
Só quem nunca cortou o cabelo numa barbearia da baixa do Porto é que não pode entender o quão histórico é um "Viva ao Benfica!" não sofrer contestação.
E o mais giro naquela história toda, é que ela percebia. Do malfadado losango do Paulo Bento à insistência de Jesualdo apostar em Mariano González, passando pelo Quique que ela defendia com unhas e dentes, a mulher sabia do que estava a falar.
Falava de tal forma que deu uma explicação cabal de overlapping a uma assistência para quem o conceito de fora de jogo em linha já é algo de muito elaborado.

Espero que da próxima vez que for lá cortar o cabelo, ou fazer a barba, ela esteja presente para eu poder tirar umas notas para utilizar no Football Manager, e quiçá para ouvir uma explicação do que é um movimento de basculação, capaz de fazer corar muito comentador televisivo que eu infelizmente conheço.

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