terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

E COMO VIVIAM AS MULHERES NA GRÉCIA ANTIGA?


"Para o prazer temos as cortesãs; para a saúde do corpo, as concubinas; e temos as mulheres para nos darem filhos legítimos e serem guardas fiéis das nossas casas."

Demóstenes


Nos tempos de Homero, fazendo jus à Ilíada, a mulher ou se comprava ou se raptava. Casar por amor? Sim, claro, mas infelizmente ainda não tinha sido inventada a belíssima localidade de Hollywood, portanto casemos por interesse, e com valioso dote, pois o amor naqueles tempos não era ainda chamado para as núpcias.

Custa a crer, é verdade, mas fazendo fé na saga homérica a Grécia inteira deixou-se arrastar numa guerra interminável, só porque Paris roubou Helena ao seu legítimo esposo, o Rei Menelau de Esparta.
Por uma mulher o mundo inteiro entrou em guerra, Reinos inteiros foram votados ao abandono pelos seus reis e homens, os Deuses conspiraram e heróis lutaram e outros pereceram apenas por causa de uma mulher.

Em sua defesa devemos dizer que Helena era considera a mulher mais bela do mundo e que por ela uniu-se a Grécia inteira, coisa que não aconteceria nem aquando da ameaça persa durante as Guerras Médias, muitos anos depois da história de Tróia.

Seja como for, Helena é sinónimo de beleza e de perdição. A ela está associada a lenda do Pomo da discórdia e ainda uma guerra lendária que nos deu a Ilíada, a Odisseia, e ainda por paredes travessas a Eneida.

Mas olhando a mulher grega, saltemos para a época de Péricles e da Democracia Ateniense, onde perdido o interesse pelo dote e pelas guerras causadas por uma mulher, tornou-se o matrimónio uma solução aprazível e obrigatória por lei.

Dentro deste matrimónio, nunca é demais lembrar que os direitos não eram propriamente iguais, convém não esquecer, que ainda vinha longe a subtileza legislativa romana que viria a permitir conceitos elaborados como o da fragilidade feminina (fragilitas).

O direito grego não fez história, mas não se pense que não existiam leis, que as havia.
Eram essas mesmas leis que consagravam o direito ao homem de ter uma concubina mas puniam com a morte a mulher adúltera.
Eram também as mesmas leis que diziam que a mulher podia requerer o divórcio, mas apenas o homem o podia conceder. Já por seu lado, a lei era clara quando explicitava que ao homem bastava apenas a vontade, estando isento do consentimento da mulher para obter um rápido divórcio.

Ao contrário de Atenas em Esparta nem sequer existia o problema do adultério, pois os homens podiam permutar de comum acordo as mulheres entre si. Enquanto os homens mais velhos para terem filhos saudáveis e úteis, concediam as suas esposas a estrangeiros e jovens, mesmo que estes não gozassem dos direitos de cidadania.

Era ideia corrente no tempo, que enamorar-se por uma mulher significava loucura, enquanto o amor entre homens era sinal de sabedoria, o que revela bem o triste papel a que se via confinada a mulher nesses distantes tempos.

1 comentário:

Fitinha Azul disse...

quando leio História lembro-me sempre de ti:)

Beijocas