sexta-feira, 31 de julho de 2009

ATTACK, ATTACK, ATTACK: GOAL!!



Sir Robert William Robson
(18 de Feveiro de 1933 - 31 de Julho de 2009)


Nos lugares comuns que "enxameiam" o futebolês em Portugal, há a ideia de dizer que tal pessoa é um gentleman. E se houve gentleman no futebol nacional foi Bobby Robson, que espalhou fair-play e tratou com elevação todos os adversários. Venceu quatro cancros, foi campeão e ganhou a Taça em Portugal pelo FC Porto e na Holanda pelo PSV, ganhou também a FA Cup, ganhou a Taça do Rei, a Taça UEFA com o Ipswich, a Taça das Taças com o Barcelona. Levou a Inglaterra pela 2ª e última vez até hoje a uma meia-final de um campeonato do mundo - para perder nos penaltis com a selecção alemã. No mundial anterior tinha perdido nos quartos de final às mãos de Maradona e do seu golo com a mão, que Robson nunca perdoou.
Treinou entre outros Romário, Figo, Ronaldo, Kostadinov, Balakov, Gascoigne, Lineker, Shearer, Baía, Beardsley, Shilton, Paulo Sousa, Chris Waddle... além de ter lançado José Mourinho como adjunto.
Na sua longa história, foi a demissão de treinador do Sporting (quando liderava o campeonato!) a mancha do seu currículo.
Nunca antes, nunca depois, Robson foi despedido de algum clube. O Sporting entrou na história pessoal deste campeão como o seu maior injusticeiro e ele nunca compreendeu o porquê dessa injustiça.
Curiosamente, os sportinguistas sempre adoraram Robson e sempre sentiram uma enorme mágoa em vê-lo partir. Foi talvez um dos maiores erros da história leonina.
Se o arrependimento matasse...
Mas o que mata é o cancro, e Robson não venceu este quinto combate. Se uma biografia conta que um homem venceu quatro cancros terminais, não precisamos dizer mais nada sobre a força, a coragem e a capacidade de vitória desse homem.
Robson foi um campeão, um champion na melhor tradição dos cavalaria britânica, que viu a Rainha Isabel II reconhece-lo com o título de Knight Bachelor em 2002 por serviços prestados ao Futebol e ao Reino Unido.
Polido, culto, inteligente. Um treinador que aprimorou o verbo atacar. Queria sempre que as suas equipas marcassem sempre mais um golo, era assim Bobby Five'O, ( alcunha que ganhou pelo estranho hábito que as suas equipas tinham de ganhar por 5-0 ) um homem que deixou um legado, um herói que deixa-me hoje genuinamente entristecido.

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