Hoje, mais do que uma opinião trago-vos uma teoria pessoal.
Pelo que me foi dado ver nos anos de vida que levo, não há característica humana mais nefasta que a estupidez, e é isso que vou tentar explicar aqui nas linhas que se seguem:
Um estúpido como todos sabem, não sabe medir o grau dos seus actos. Um estúpido é o pior amigo que se pode ter. Todos sabemos que o mais provável de acontecer é a estupidez do seu amigo contagia-lo a si e nunca o contrário, ser você a contagia-lo com alguma forma de não estupidez.
Um amigo estúpido levará os amigos não estúpidos, mais cedo ou mais tarde a cometer uma estupidez. Esta é a primeira lei fundamental que todo aquele que ache por bem travar amizade com um estúpido deve ter em mente.
A estupidez é uma coisa tramada. Quando somos surpreendidos numa esquina qualquer do dia-a-dia com a dita, nós próprios ficamos um pouco estúpidos e sem saber bem como agir.
"Ele deve estar estúpido!?"... "Como é que ele foi fazer uma coisa assim? Não consigo Entender!"
Essa é a verdade, a estupidez não só nos apanha de surpresa, como nos deixa estúpidos com o seu aparecimento.
Não é estúpido dizer que na presença de um acto estúpido o mais natural é ficar-se estúpido e não saber o que fazer.
Quantas vezes já nos consideramos estúpidos após sermos confrontados com uma estupidez ou um acto de uma pessoa estúpida?
Isso só revela o quão perigosa pode ser a estupidez.
É preocupante pensar neste poder da estupidez. Se nos lembrarmos de que quando somos alvo de um acto de maldade não ficamos possuídos por essa mesma maldade. Ou de quando somos alvo de um acto seja ele de inveja, de ciúme, ou outro qualquer, não ficamos subitamente invejosos, ciumentos....
E pode-se aplicar a mesma ideia à benevolência, à caridade... até a irritante antipatia não nos torna automaticamente antipáticos.
Então o que tem a estupidez? Que força motriz move esta qualidade do estúpido que nos leva a todos a assumir pelo menos uma vez na vida que nos sentimos estúpidos perante algo ou alguém estúpido?
Que há enormes diferenças entre "ser" e "estar" estúpido todos sabemos, agora que há diferentes graus de estupidez, distintas formas de ser estúpido nem todos reparam.
Olhando rapidamente para os estúpidos que se cruzaram comigo até hoje, sinto-me tentado a dividi-los em três categorias.
Uma primeira que denominaria de estúpido ocasional ou de ocasião, uma segunda que chamaria de estúpido per si e por fim a categoria estupidamente estúpido.
Começando pelos "ocasionais", incluiria nesta categoria todos aqueles que foram, são ou serão estúpidos num determinado momento da vida. Talvez fruto das circunstâncias, talvez contagiados por uma onda de estupidez ou um muito improvável estúpido encantador. Em suma não interessa a razão ou a desculpa, foram estúpidos num determinado momento que se pode datar e explicar. Não é grave, estejam descansados.
Aliás, inclui-se também neste grupo todo aquele que se sentiu estúpido aquando do ocorrido.
Passando à segunda categoria as coisas piam mais fino. Um estúpido per si já é todo ele uma coisa muito estúpida, e como tal cabem nesta categoria todos aqueles que de facto são estúpidos.
E quem são esses estúpidos? São aqueles que dizem coisas estúpidas sem sentido, que actuam de forma estúpida e que conseguem sempre surpreender os amigos com a mais recente estupidez. São na maioria dos casos ingenuamente estúpidos, mas por norma estão equipados com a capacidade de medir os resultados dos seus actos e perceber que cometeram uma estupidez. Digamos que não são suficientemente estúpidos para ficarem indiferentes as suas estupidezes, mas são suficientemente estúpidos para não conseguirem evitar de cometer mais uma estupidez.
Normalmente quando alertados ou confrontados por um amigo os estúpidos per si conseguem perceber o quanto foram (ou são) estúpidos.
Alguns contudo, devido a um maior grau de estupidez podem demorar bastante a perceber a dimensão da gravidade do que acabaram de fazer ou dizer. Mas é tudo uma questão de paciência, de se lhes fazer "um desenho", afinal de contas para que servem os amigos?
Mas como todos sabem, por mais desenhos, atenção e paciência que dediquem a um amigo estúpido ele acabará por reincidir, estupidez oblige!
Deixando os estúpidos per si de lado chegamos aos estupidamente estúpidos.
E estes, meus amigos, são de tal maneira que nem sei por onde começar...
Comecemos pelo óbvio. Não há estúpido pior do que o estupidamente estúpido!
Esta sub-espécie de Estúpido é um perigo para si mesmo e para quem o rodeia. É o tipo de estúpido que de tão estúpido que é nunca há-de perceber o quão estúpido é.
Pior do que isso, não percebe que é estúpido e ainda pensa que estúpidos são os outros.
Para ilustrar o conceito lembro-me logo do George W. Bush, aquela forma única de dizer à Rainha da Inglaterra que tem mais de duzentos anos e sorrir como se não fosse nada.
É ser-se ridículo e sorrir, por simplesmente não ter noção do ridículo.
E é esta incapacidade de ter noção do real e do ridículo que torna este tipo de estúpido uma séria ameaça para a humanidade.
São tão ou mais perigosos que um fanático, porque ao contrário dos fanáticos, nunca saberão se controlar e poderão atacar a qualquer momento, não são guiados por um ideal, por um motivo, e pior de tudo... são desprovidos de lógica. É impossível antecipar os passos de um estupidamente estúpido.
E o pior não é a imprevisibilidade dos estupidamente estúpidos. A pior das notícias é saber, que no meio de nós pode caminhar um, absolutamente incógnito. É isso mesmo que estou a dizer. Sim. No meio dos seus amigos e familiares pode estar um perigosíssimo estupidamente estúpido que até hoje ainda não deu sinais de si.
Este grau de estupidez é tão grave que as pessoas à sua volta podem só reparar nessa pessoa quando ela já for o Presidente do País, como aconteceu nos Estados Unidos.
Mas não pensem que foi só o Bush Jr, a história está cheia de exemplos. Em Roma foi preciso um incêndio que destruiu 11 dos 14 bairros da cidade, para os romanos perceberem o perigo da estupidez de Nero.
Já em Portugal, ficarmos 60 anos sobre o domínio espanhol foi o castigo que levamos para aprendermos a reconhecer um Rei estúpido, mal este pusesse um pézinho nos degraus que davam acesso ao trono. Vide o que aconteceu ao Afonso VI, e digam lá se os portugueses não aprenderam rapidamente a lição?
Mas não pensem que isto acontece só aos outros! Olhem com mais atenção quem vos rodeia. Ao mínimo sinal de estupidez não consciente, abram os olhos, tomem medidas, alertem as autoridades, não hesitem.
Não se esqueçam que se deixarem as coisas andar, quando quiserem fazer alguma coisa provavelmente será tarde de mais.
E além do mais tenho para comigo que a estupidez é muito provavelmente contagiosa, mas não vos quero assustar...
sexta-feira, 3 de abril de 2009
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1 comentário:
Depois de ler, provavelmente, o post onde se repete mais vezes a palavra estupidez e seus derivados, opino:
Um pouco de estupidez, no sentido parvoíce, nunca fez mal a ninguém, enquanto se tenha noção de quando se o está a ser - propositada ou involuntariamente.
Perigozinhos são esses indivíduos que são estúpidos sem o saberem. Que agem com tão boa fé e certeza de clarividência que a mim - assumo-o em consciência - me deixam estúpida.
Um bem haja.
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