sábado, 31 de janeiro de 2009
31 DE JANEIRO
A revolta de 31 de Janeiro de 1891 no Porto foi a primeira tentativa de instauração da República em Portugal.
PELE
Quem foi que à tua pele conferiu esse papel
de mais que tua pele, ser pele da minha pele...
* *
David Mourão Ferreira
de mais que tua pele, ser pele da minha pele...
* *
David Mourão Ferreira
sexta-feira, 30 de janeiro de 2009
quinta-feira, 29 de janeiro de 2009
HONNI SOIT QUI MAL Y PENSE
Jarreteira
do Fr. jarretière
s. f.,
liga para segurar as meias.
ordem da -: ordem honorífica da Inglaterra.
P.S.- Afinal até é possível dar um ar intelectual a um post que basicamente serve para mostrar uma coxa.
LAPIDAR
“As famílias felizes parecem-se todas; as famílias infelizes são-no cada uma à sua maneira.”
Léon Tolstói, in Anna Karenina
Léon Tolstói, in Anna Karenina
AMIGOS
AMIGOS
Amigos cento e dez, e talvez mais
Eu já contei! Vaidades que eu sentia!
Pensei que sobre a terra não havia
Mais ditoso mortal entre os mortais.
Amigos cento e dez, tão serviçais,
Tão zelosos das leis da cortesia,
que eu já farto de os ver, me escapulia,
Ás suas curvaturas vertebrais.
Um dia adoecia profundamente,
Ceguei. Dos cento e dez, houve um somente
Que não desfez os laços quase rotos.
-Que vamos nós (diziam) lá fazer?
Se ele está cego, não nos pode ver…
-Que cento e nove impávidos marotos!
Camilo Castelo Branco
* *
Amigos cento e dez, e talvez mais
Eu já contei! Vaidades que eu sentia!
Pensei que sobre a terra não havia
Mais ditoso mortal entre os mortais.
Amigos cento e dez, tão serviçais,
Tão zelosos das leis da cortesia,
que eu já farto de os ver, me escapulia,
Ás suas curvaturas vertebrais.
Um dia adoecia profundamente,
Ceguei. Dos cento e dez, houve um somente
Que não desfez os laços quase rotos.
-Que vamos nós (diziam) lá fazer?
Se ele está cego, não nos pode ver…
-Que cento e nove impávidos marotos!
Camilo Castelo Branco
* *
WE´LL MEET AGAIN
Um saltinho até à Londres do blitz...
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A MULHER NA ALVORADA DO PRIMEIRO MILÉNIO
"Se pensares naquilo que te sai da boca, das narinas, de todo o teu interior, hás-de concordar que não há nenhuma estrumeira mais repelente do que o corpo humano."
Assim escrevia São Bernardo a um amigo tentando alerta-lo para os perigos da carne.
Olhar o corpo como a encarnação do pecado e da tentação, e em especial olhar o corpo da mulher e a sua carne como raiz de todos os males, foi o modus operandis usado sistematicamente pela Igreja desde que Constantino tornou a Ecclesia como religião oficial do Império.
Foram séculos de culpa incutida nas mentes dos homens e mulheres de uma Europa culturalmente atrasada.
A mulher, acreditando na Bíblia, foi escolhida pelo próprio Deus para ser a culpada. Deu ouvidos à serpente, convenceu o Adão a dar a trinca na maçã. É Deus que o diz. Nenhum júri a absolvia.
A Eva é tão culpada que 99% da humanidade nem sonha que ela era já a segunda mulher de Adão.
E o que começou no Génesis do livro judaico, ganhou força quando a Igreja saiu das terras que viriam a ser santas e se mudou para a Caput Mundi, aka Roma.
Maria Madalena viu o seu papel ser seriamente revisto e revisitado (mas isso são contas de outro rosário), o pecado da carne foi instituído num remake famoso dos 10 Testamentos e a forma como a mulher foi vista na Idade Média acabaria por descambar na paranóia das bruxas, dos cultos satânicos, das orgias rituais, dos incubus e dos sucubus...
Olhando para trás já pensaram quantas mulheres arderam nas fogueiras da Europa só porque eram roliças e jeitosas, ou porque sorriram ao ouvir o piropo do gajo errado?
Saint Odin de cluny perguntou numa das suas meditações, como seria possível alguém que se recusa a tocar no esterco ou no pus de uma chaga pode desejar beijar uma mulher, que é (nas suas palavras) um saco de imundices.
Outros consideraram a mulher uma obra do diabo, e por falar nele onde é que foi parar a costela que Deus roubou a Adão?
Seja como for, a mulher na óptica destes senhores era a encarnação do mal, continuando a ser a desviadora do caminho correcto... em cada mulher há uma Eva disposta a desencaminhar o homem, pensava-se...
À luz das ideias da altura, chegava-se ao ponto de tolerar o sexo apenas para fins de procriação e claro que dentro da santidade do matrimónio. Mas mesmo assim, os esposos deviam "consumar o acto entre choros e lamentos" e já agora, não olhar na direcção de Jerusalém enquanto estivessem nesses reparos.
Depois disto tudo é curioso lembrar os lamentos do moralista São Pedro Damião quando estava às portas da morte:
"Ai de mim, coração miserável! Que não sabe entesourar as maravilhas das Escrituras, lidas centenas de vezes, e não consegue expulsar a recordação de um corpo de mulher, visto só uma vez!"
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ALL THAT JAZZ
Quando me dão as insónias (e não só), gosto de ver o Canal de História, não sei se é por gostar muito de história, ou se é por gostar muito de história; seja como for, a verdade é que vejo muitas vezes o Canal de História porque gosto de história.
Uma vez explicados os motivos que me levam a ver o canal passo ao que me traz aqui:
Não há uns professores de história, mais uns de geografia e outros que tais, a quem dar um emprego nestes tempos tão difíceis para servirem de consultores e confirmarem que o que os senhores tradutores estiveram para ali a traduzir não é uma cambada de disparates?
Ontem enquanto me distraía a fazer as palavras cruzadas do "Público" ouvi a simpática narradora de um documentário dizer a seguinte pérola:
"..Destruindo por completo a arena onde costuma tocar a banda de Jazz do Utah".
[Alto e para o baile - olha para o ecrã Pedro]
Ainda olhei a tempo de ver uma placa com emblema dos Utah Jazz ser arrumada para canto pelas equipas de resgate [esqueci-me de dizer que o programa era sobre um terramoto] e fez-se luz na minha cabeça.
A versão original devia dizer algo como:
"... the arena where the Utah Jazz play".
E quem traduziu mandou o pavilhão às malvas e transformou uma equipa de Basket da NBA numa banda de Jazz. [giro!] Se calhar é alguém com muita cultura.
Não deve ter sido a mesma pessoa que chamou Rambeau a este Senhor [juro que isto aconteceu!], nem deve ter sido o fantástico tradutor que um dia achou que Melville tinha escrito o Moby Pila. [pois é bebé! Eu também vi!]
P.S.- Para vós que ainda não fechastes a boca de espanto peço que tenham cuidado ao ver o Canal de História, porque os erros de tradução roçam o insultuoso, e ninguém que vê televisão gosta de ser insultado.
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